Quem eu sou?

Nós e a nossa mania de querer viver a vida do outro. Me pego às vezes pensando em como seria bom se eu tivesse 17 anos novamente, nos dias de hoje. Eu era tão criativa, tão espontânea. Não tinha medo. Medo da opinião das pessoas. Tudo que eu fazia era original, tão eu, tão meu. Hoje eu sou eu, mas com receio, com temores de ser quem eu me tornei até aqui. Penso que com toda a criatividade pura e sem contaminação que eu tinha, nos dias de hoje, seria um estrondo. Mas o que foi não pode mais voltar a ser. O tempo que passou não vai voltar, tenho somente o hoje. O passado e o futuro não me pertencem. Quando me vejo com saudade de quem eu era. Penso em quem eu sou. E quem eu sou? O que me faz ser eu? Atormentada por essas duas perguntas, orei. Fui atrás do único que possui a resposta. Ele não é que nem eu, como alguém que usa muitas palavras. Ele usa poucas delas. A resposta me preenche, me faz ver o que eu não via. Ou o que deixei de ver em mim, mesmo que por um algum momento. Um surto, uma pausa, desnecessária, dos pensamentos que te ligam naquele que tem a Vida. A resposta? Sou filha. Simples. Um único sentido, uma única posição, um lugar, só para mim. Filha do Pai. Nele, eu sou, o que nem sempre fui. Filha amada de um Pai amoroso. E você também o é. Filha ou Filho, herdeiro também com Cristo. Detentor de direitos, escolhido pelo Amor. E porque não lembramos disso sempre? Porque nós mesmos não nos sentimos assim em todo tempo? Porque não andar calmo e sereno, como alguém da realeza, que sabe do Trono, da graça, da misericórdia e do perdão? Porque? Não sei. Só sei que existe dentro de mim um lugar escuro, sujo, sem nada de bom, e que em alguns momentos, me tranco lá. E como alguém que parece gostar de sofrer, me escondo no pior lugar. Brincando de esconde-esconde com ninguém. Ninguém está me procurando, e nem podem imaginar que escolhi me esconder lá. O único que me acha em qualquer lugar é o Pai. Ele sente minha falta. E me procura. Sempre procurou. "Adão aonde você está que eu não te sinto em mim?" E nada que eu fizer para me esconder, irá impedi-lo de me achar. Só ele pode me livrar de mim mesma. Me dar vestes que me cubram de versade. Me ensinar como um filho de realeza se comporta, anda, respira, e cada semblante que uma realeza demonstra para cada situação. Nele, eu sou, filha. Não há esconderijo mais seguro que estar nele. Lá eu sou eu mesma, não preciso me esconder de mim. Lugar seguro é o braço forte do meu Pai que está nos céus. De uma forma que não sei explicar, me encontro lá.

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